As intervenções deste âmbito envolvem uma elevada especificidade e uma complexidade bastante maior do que a construção corrente (baseada, sobretudo, no betão e no aço), quer ao nível do projeto, quer da execução. Nelas se recorre, frequentemente, a técnicas e materiais que diferem dos que são, hoje em dia, normalmente utilizado na construção contemporânea de edifício e obras públicas.
A especificidade desta área resulta basicamente:
- De uma filosofia e métodos especializados de estudo, avaliação e intervenção capazes de se adaptarem a cada edifício ou monumento;
- De uma necessidade de trabalho em equipas multidisciplinares, envolvendo arquitetos, engenheiros, historiadores, químicos, mineralogistas entre outros;
- Da necessidade de conhecimentos técnicos diversificados quanto a materiais e estruturas.
Um monumento é, ao mesmo tempo, uma construção e um bem cultural. As intervenções nele realizadas devem atender, simultaneamente a uma e outra destas vertentes. Enquanto construção, as intervenções pressupõem conhecimentos técnicos dos materiais e sistemas construtivos tradicionais e contemporâneos: por um lado, as velhas “artes e ofícios” e os materiais originais são, muitas vezes, preferíveis às tecnologias que hoje têm mais peso nos hábitos dos construtores; por outro lado, pode haver vantagem em lançar mão de materiais e tecnologias avançadas, que ainda não entraram nesses hábitos. Enquanto bem cultural, essas intervenções devem respeitar os princípios da conservação, e pressupõem uma filosofia própria e métodos especializados de estudo, avaliação e intervenção, capazes de se adaptarem a cada caso concreto.